quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Matéria Jornal "O VALE" - Grupo Cordas da Mantiqueira

É a paixão pela música que move os violeiros do Grupo de Viola Caipira Cordas da Mantiqueira. Mais, é o sentimento de que algo tem de ser feito para que tal manifestação cultural, tão brasileira, não desapareça. Juntos desde janeiro de 2009, a turma de amigos se reúnem desde aquele ano ao menos uma vez na semana. São ao todo 12 músicos -- "somos como a Academia Brasileira de Letras, só admitimos novo membro caso haja o falecimento de um imortal", brinca o engenheiro Nelson Mortoni, coordenador administrativo e um dos fundadores do grupo. A reunião de músicos nasceu a partir de um grupo maior, de 42 artistas, que se reunia no parque Vicentina Aranha. Os mais interessados na arte se uniram. "Passamos então a buscar alguém que pudesse comandar os ensaios. Precisávamos de alguém com amplo conhecimento, foi quando conhecemos Oliveira Neto. Fizemos o convite e ele aceitou", contou. Formam o grupo Aldair Rogério de Oliveira (Oliveira Neto), Antônio Donizeti Masulo, Eli Carlos Ivo, Donizetti Anchieta, Elídio Moreira da Silva, João Bosco Ribeiro dos Santos, José Fernando Borges, Nelson Mortoni da Silva, Rui Barbosa de Brito, e, para aqueles que acham que viola é coisa de homem, três mulheres: Ana Letícia Vasconcelos da Silva Freitas, Enide Prado Fernandes e Paula Roberta Ribeiro Miranda. "D.Enide fazia parte do grupo de violeiros, já Paula Roberta e Ana Letícia faziam parte da Orquestra Piraquara", disse Mortoni. Reconhecimento. O coroamento de todo o trabalho se deu em 2013, quando concorrendo com 137 DVDs de todo o Brasil, o Cordas da Mantiqueira venceu o prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira na categoria DVD . Recentemente, eles estiveram no Sesi São José realizando uma edição do show Brasil Raízes que dará origem ao terceiro DVD do grupo. "Ficamos felizes, os ingressos foram disponibilizados na segunda-feira. E, no dia seguinte, estavam esgotados", disse Mortoni. Na plateia, uma surpresa: pessoas de todas as idades, inclusive jovens. "Acredito que o cenário musical brasileiro tem passado pela falta de novidades. Não tem surgido grandes movimentos, como foi a Bossa Nova. O que surgiu depois desses movimentos foram 'fast foods' musicais", afirmou o violeiro. "E, os jovens, que têm sensibilidade para enxergar essas discrepâncias, sentem em seu íntimo, o desejo de dar outro rumo à situação. Nesse momento, a viola caipira entra em cena, justamente por ser algo diferente no cenário musical", continua. Mortoni garante: um violeiro habilidoso é capaz de extrair da viola o mesmo som do violão, do cavaquinho, da harpa, da viola portuguesa e muito mais. E está nas mãos dos jovens a esperança de que a manifestação cultural não caia no esquecimento. SHOWS: 12 99151-9360 OU CONTATO@CORDASDAMANTIQUEIRA.COM.BR

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